Conheça um pouco mais da história da cidade de Piranguçu no estado de Minas Gerais (MG) a seguir. Compartilhe com seus amigos e parentes!
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Entre as serras da imensa Mantiqueira-AMAN-TY-KIR ?Montanha que chora?- na região do alto Sapucaí ? rio das sapucaias ?rio que canta?- ao Sul da Minas Gerais, exista a pequena cidade de Piranguçu.
As origens de Piranguçu estão ligadas a Itajubá - ITA-Y-ABAE: ?cachoeira?, ?Rio das pedras que alto cai?- cidade da qual foi desmembrada por ocasião de sua emancipação em 1962.
A colonização da região teve início em fins do século XVIII, quando o sargento-mor MIGUEL GARCIA VELHO, percorrendo a grande serra da Mantiqueira, foi seduzido pelas minas do Itagybá e, permanecendo no local algum tempo, deu início ao Arraial de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá.
Era o ano de 1703.
As minas do Itagybá não corresponderam à sede de riquezas dos bandeirantes, que logo se retiraram.
Quem ficou no povoado arranjou-se com a agricultura e pecuária.
Com uma localização desfavorável e escassos recursos, o povoado de Soledade do Itagybá não prosperou.
Em meados do século XVIII já se encontrava fortemente abalado em seus recursos econômicos e sua vida social.
A vida na vila tornara-se monótona.
Tudo era difícil e decadente.
Os folguedos religiosos, de quando em quando, alegravam o povo.
No início do século XIX, é nomeado vigário do povoado o padre Lourenço da Costa Moreira.
Dois meses depois após sua chegada a Soledade de Itajubá, o novo Vigário, durante uma missa, expôs seus pensamentos a respeito da paróquia.
Lembrou aos paroquianos as dificuldades de acesso as localidades vizinhas.
O vigário convidou o povo a descer a serra, seguido pelo Sapucaí, a procura de um bom lugar para construir a nova sede da freguesia.
O vigário tinha boas referências sobre o vale do Sapucaí, onde algumas fazendas de sesmeiros, os primeiros povoadores já iam progredindo.
No dia 18 de março de 1819, entre cânticos e preces, o vigário e cerca de 80 pessoas, entre estanceiros e habitantes do lugar, seguiram para as bandas do Sapucaí.
Alguns seguiram a cavalo e outros a pé.
Ao entardecer, chegaram a confluência dos rios Santo Antônio e Sapucaí, onde acamparam e fizeram refeição.
Fizeram algumas balsas para descida do rio.
Já era noite quando partiram da barra de Santo Antônio, rio abaixo.
Aos primeiros clarões do dia seguinte, a caravana aportou.
O vigário examinou o lugar e deslumbrou-se com o que contemplava.
Não era necessário prosseguir viagem, o local era muito bom para a fundação do novo povoado.
Os homens roçaram o outeiro, fincaram um cruzeiro e o padre Lourenço da Costa Moreira celebrou a primeira missa.
Era o dia 19 de março de 1819.
Assim nasceu a nova Itajubá.
Quando o Padre Lourenço fundou Itajubá, já existiam algumas fazendas nas bandas de Piranguçu.
O principal sesmeiro dessas glebas segundo registros da época, era o senhor Manuel Ribeiro Cardoso, entre outros.
A história de Piranguçu começa quando o Senhor Felizardo Ribeiro Cardoso, após casar-se com Dona Inês Maria de Jesus, em soledade de Itajubá, vem fazer morada nas terras herdadas de seu pai, Manuel Ribeiro Cardoso.
Por volta do ano de 1834, o Senhor felizardo construiu sua fazenda nas terras do Piranga ?Uçu, isto é, da ?Pedra Vermelha Grande?, como os índios Puri-Coroados-PURI.
?gente mansa ou tímida?- as chamavam.
Os bugres chamavam qualquer pedra elevada, que apresentasse a cor vermelha, em vez de Itapiranga - Pedra Vermelha - simplesmente piranga.
A grande Pedra Vermelha, como ainda hoje é chamada, era Piranga-Uçu, que se tornou Piranguçu.
Na nova fazenda que compreendia as terras entre o ribeirão Piranguçu, o das anhumas e as terras do vale São Bernardo, o senhor Felizardo construiu a casa-grande, adquiriu muitos escravos, iniciou a criação de rebanho e cuidou de muitas plantações, entre elas a cultura do fumo, que era a principal fonte de riqueza de todo o sul de Minas.
Junto à fazenda de Felizardo Cardoso, outros posseiros foram se estabelecendo, entre eles Inácio Lemes da Silva, que em 1838 fez a doação de um terreno no alto do morro para a construção de uma capela consagrada a Santo Antônio, construída a capelinha, as primeiras missas foram celebradas pelo Padre Lourenço da Costa Moreira, fundador da cidade de Itajubá.
Anos depois, o Senhor Felizardo demoliu essa pequena ermida e construiu em seu lugar uma igreja maior e toda ornamentada.
A benção do novo templo realizou-se em 21 de agosto de 1853, e era Felizardo Cardoso quem mantinha um capelão às suas expensas.
Ao sopé desse morro, cujo alto era coroado pela igreja, nasceu a pequena cidade de Piranguçu.
Por força da lei n°1668 de 17 de setembro de 1870, o lugar foi elevado a Distrito de Paz e, no ano seguinte, passou a categoria de freguesia, desmembrando-se da Paróquia de Itajubá, conforme rezava a lei n°1789 de 22 de setembro de 1871.
O primeiro vigário nomeado para a nova freguesia, Freguesia de Santo Antônio de Piranguçu, foi o padre Augusto Ferreira Campos, natural de Pindamonhangaba, estado de São Paulo.
O Senhor José Timótio Corrêa fez a doação de uma casa no adro da matriz, para a residência do vigário.
Bernardo Saturnino da Veiga, no seu famoso almanaque sul-Mineiro, de 1874, registra alguns fatos sobre a freguesia de Santo Antonio de Piranguçu.
?Esta povoação é uma das menores que conhecemos com categoria de Freguesia.
Contém apenas 27 casas, as quais as 12 são choupanas cobertas de capim.
A Igreja Matriz que é orago de Santo Antonio é uma pequena capela em que os habitantes do lugar construíram quando era vivo o prestimoso cidadão Felizardo Ribeiro Cardoso, o mais forçado criador deste povoado (.
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) compreende-se as vantagens de criar-se aqui paróquia, pois com ela vem o sacerdote para cura das almas e a escola para a instrução da mocidade.
Contra o costume geral que é estar a igreja no meio da praça principal, aqui ela é colocada sobre um monte,isolada tendo ao lado uma casa arruinada nesse lugar, que é uma depressão da montanha, não se avista o povoado, parecendo que a ermida se levanta do deserto?.
Entre os anos de 1885 e 1889, esteve em missões, por estas paragens, o padre Jesuíta Bartolomeu Tadeu com alguns colegas de sacerdócio, que além de pregações espirituais, realizaram muitos melhoramentos por onde percorriam.
Em Piranguçu o missionário no ___________________________ localizado em local impróprio.
Como houvesse no alto do morro, onde se encontrava a matriz, um espaçoso terreno do patrimônio paroquial, convocou um mutirão e, com ajuda de alguns benfeitores, preparou o terreno para a nova necrópole, que foi benta em 2 de Janeiro de 1885.
Nesse campo santo, hoje, estão sepultados muitos vultos históricos entre os quais o Major Severiano Ribeiro Cardoso, Padre Domingos Perrone, Paulo Chiaradia e o poeta Antônio Martins.
Quatro anos mais tarde, o Padre Tadei volta a Piranguçu.
Em sua visita, o missionário percebeu a falta de água potável que havia no distrito.
Empreendeu um mutirão para a construção de um largo e profundo canal desde uma légua e um quarto de légua para trazer a água à população.
No prazo de seis dias, a obra foi concluída.
Anos mais tarde por diligência do Major Severiano Ribeiro Cardoso, fez-se a captação mais higiênica e duradoura de água.
A primeira visita pastoral na freguesia foi a de D.
Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, em 1889, bispo de são Paulo, Diocese a que pertenciam as Paróquias Sul-Mineiras, no século passado.
A primeira escola pública foi instalada na freguesia de Santo Antônio de Piranguçu, em 1° de maio de 1898.
Cinco anos depois, com grande festa, foi inaugurado um prédio para a escola, pouco abaixo da matriz.
Na parte térrea do prédio ficava a cadeia, onde funciona até hoje.
O acontecimento foi notificado pelo jornal ?Gazeta de Itajubá?.
A solenidade foi abrilhantada pela banda de música ?Lira Piranguçuense?.
Atualmente este prédio é ocupado pela câmara Municipal, Biblioteca Municipal Antônio Martins Ribeiro e delegacia de Polícia.
Em 8 de dezembro de 1917 foi constituída uma comissão encarregada da construção da nova casa paroquial.
A comissão era constituída pelos seguintes membros: Padre Geraldo Vesters (presidente), Major Severiano Ribeiro Cardoso (tesoureiro), Paulo Chiaradia, José Ricotta, Vicente Chiaradia (encarregado de obras), Bernardo Domingues, Sebastião Antunes, Pedro Mendonça, Manuela Santiago, João Rodrigues Simões, Joaquim Marques da Silva, José Joaquim da Silva Pinto, Benedito Borges, Francisco de Antunes de Siqueira e José Guilherme de Mendonça.
A casa Paroquial foi entregue em 11 de maio de 1819, com banda de musica e muito foguetes.
A esses vultos do passado a quem se juntam outros nomes, Piranguçu deve a sua prosperidade.
A energia elétrica foi inaugurada em janeiro de 1920, graças ao esforço do Major Severiano Ribeiro Cardoso, fundador do lugar, que na época era membro da câmara Municipal de Itajubá.
A energia era fornecida por uma pequena usina construída no rio Lourenço Velho, Usina Luiz Vidal, constrói a usina São Bernardo, no município de Piranguçu.
Hoje essas usinas pertencem a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
Nessa época também, por iniciativa do major Severiano, o ?fabriqueiro da Paróquia?, foi inaugurada a iluminação do adro e no interior da matriz.
Chegou a piranguçu, em 1922, o altar ? Mor da Igreja matriz, de madeira de lei, construído em Jacutinga.
Em abril de 1957 inaugura-se o novo altar, obra de mármore com ornamentos em bronze, e a obra em relevo do Padroeiro Santo Antônio, vindos de São Paulo.
Em março de 1924 chegou a pia batismal de mármore.
Em 1947, inaugurava-se o relógio da torre, e em 1949 eram inaugurados, festivamente, os novos sinos movimentados à eletricidade.
No ano de 1923, a lei Estadual n° 843, de 7 de setembro ,determinou a mudança do topônimo de Santo Antônio do Piranguçu para simplesmente Piranguçu.
Piranguçu emancipou-se politicamente em 1° de março de 1962, desanexando-se de Itajubá.
Prefeitura Municipal de Piranguçu